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O mundo Gucci

A Revista Trussardi lançada em Agosto de 2017, conta com uma matéria exclusiva sobre o mundo Gucci que vale a pena relembrar aqui. Confira na íntegra o conteúdo para inspirar-se no mundo da moda:

“Eu gosto de cultura popular, por isso gosto do Renascimen-to, porque ele é super pop – e pop significa aquilo que nós entendemos e admiramos”, declarou Alessandro Michele, diretor criativo da Gucci desde 2015, um apaixonado pelo passado, com um pé no presente e olhos no futuro. Michele estudou na famosa Accademia di Costume e di Moda em Roma e trabalhou para Karl Lagerfeld na Fendi antes de ser chamado por Tom Ford para fazer parte da equipe da Gucci, em 2002. Especialista em misturar referências no caldeirão da contemporaneidade, juntou o romantismo vintage, a exuberância da rua e a opulência renascentista para criar a coleção Cruise, desfilada no final de maio, em Florença, berço da marca e da Renascença. O evento, que desvia das semanas de moda, aconteceu no Palazzo Pitti, residência dos Médici e de outras famílias da nobreza. Entre Botticelli, Caravaggio, Rubens, ao som de arpas, sob o olhar dos deuses gregos, a maison italiana marcou, mais uma vez, seu espaço no Olimpo. E mostrou de tudo, muito. Do brocado ao tweed, passando por sedas, cetins, adamascados. De todas as cores, vivas e pastel. Bordados e estampados com flores, animais, borboletas. Anéis em todos os dedos, broches, pérolas, coroas de louro douradas, correntes pesadas, o logotipo da marca repetido até nas meias, as listras verde e vermelha… Cada look, totalmente montado pelo próprio Michele, reúne uma mini coleção de objetos de desejo num delicioso exagero de possibilidades. Impossível tirar os olhos de tantas peças fantásticas sobrepostas, misturadas, coordenadas. Decotes quadrados e corpetes justos, tecidos nobres e peles. A glória florentina encontra o Harlem no streetwear revisitado. Jaquetas ousadas, referência ao estilista do hip hop dos anos 80, Dapper Dan, ganham estampa com o logo da marca, bordados elaborados, proporções novas. O oriente marca presença com seus dragões, estampados ou bordados nos vestidos, nas bolsas, nas botas. E novos slogans: Guccy, Guccifition, Guccify yourself contagiram o ambiente. Quem resiste?




A Gucci nasceu em Florença, em 1921, pelas mãos de Guccio Gucci, filho de um artesão que tomou gosto pelo luxo quando trabalhava no Hotel Savoy, de Londres. Encantou-se pelos requintes dos ricos e especialmente pelas malas com brasões que levava até os quartos dos nobres hóspedes da casa. Quando voltou à Itália, trouxe economias para abrir uma pequena loja de acessórios de viagem: malas e valises sofisticadas feitas por excelentes artesãos da região da Toscana. A burguesia local percebeu depressa a qualidade dos produtos e o negócio começou a crescer. Em pouco tempo, Guccio abriu uma loja, fez sua própria oficina e ganhou clientela também em países estrangeiros. Para satisfazer gostos exigentes, aumentou suas coleções. Sapatos, bolsas, luvas e cintos passaram também a enfeitar as vitrines. Em 1937, a marca ganhou ares equestres com franjas e estribos. Dois anos depois, inaugurou a primeira loja em Roma, na Via dei Condotti, o endereço mais chic da cidade. Os filhos vieram trabalhar com ele e, no final da década de 40, a Gucci lançou a bolsa com alça de bambu que virou o must da temporada, disputada por celebridades de todo o mundo. É quando a marca adotou os dois G entrelaçados, um de frente para o outro. Em seguida lançou o mocassim, com o bridão e as listras verde e vermelha, um dos principais símbolos da grife, sempre lembrado e revisitado em todas coleções. Se nos anos 70 a Gucci prosperou, nos 80 ficou abalada com brigas internas até mudar de dono e tomar pé novamente, quando Tom Ford foi nomeado diretor de criação da casa. A Gucci estourou no mercado com o estilo super sexy de Ford, que passou para as mãos de Frida Giannini e que agora ganha novos rumos com o olhar requintado de Alessandro Michele. É o luxo dos palácios se espalhando pelas ruas — e se na vida real parece impossível usar tudo junto e misturado o tempo todo, basta um detalhe do trabalho rico e primoroso de Michele para fazer a diferença. A clientela poderosa da Gucci aprovou. Guccify yourself! é a ordem do dia.

FOTOS: DIVULGAÇÃO/ KEVIN TACHMAN E RONAN GALLAGHER

TEXTO: REGINA VALADARES

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